Da frustração à realização

Achei que não iria conseguir. Depois de algumas noites de sono perdidas entre conversões, áudios e vídeos, finalmente consegui editar e finalizar o meu documentário.

Como estudo História da Arte e gosto muito do assunto, aproveitei que o artista carioca Daniel Senise estava expondo em Porto Alegre para fazer o vídeo sobre sua obra.  Consegui produzir rápido, autorização do diretor do Museu de Arte do Rio Grande do Sul para fazer as imagens, entrevistas com pessoas da área e lá fui gravar as imagens. Usei uma câmera filmadora digital, igual a que usamos no trabalho. É um bom equipamento, mas não é o ideal, pois não tinha o adaptador para usar microfone e o microfone da câmera capta todo o som ambiente – se bem que usar microfone não é garantia, pois esse equipamento não tem retorno de áudio e corre-se o risco de ficar sem a entrevista. Também não tinha tripé, e o braço às vezes tremia. Se ao mesmo tempo que entrevistar as pessoas diante das obras do artista rendia boas imagens, o barulho do ar-condicionado do museu prejudicava o som. E na hora que fui entrevista uma crítica de arte, a pinacoteca foi invadida por uma turminha de pré-escola com todos os seus barulhos.

Consciente desses problemas que enfrentamos todos os dias nos vídeos que produzimos no nosso site, fui fazendo o vídeo com medo. Captei muitas imagens, uns 18 minutos, outro sinal de amadorismo que só me daria muito trabalho na hora de editar, afinal o vídeo deveria ter metade desse tempo. Como os vídeos da web não possuem uma exigência de qualidade muito rígida, fui editar contente com minhas entrevistas. Faltava, claro, uma entrevista com o próprio Daniel Senise. Consegui imagens de um programa da Globonews e da TV local, publicado na internet. Pedi autorização para usar as imagens, toda burocracia, conversão de arquivos e na hora de editar uma surpresa. Uma não, várias… Porém nesse meio tempo, Daniel Senise viria a Porto Alegre e eu poderia entrevistá-lo. O dia de sua aula inaugural na Capital: o mesmo da entrega do exercício.

A primeira surpresa foi com o vídeo da Globonews, só tinha áudio. Tudo bem, pensei, usarei a entrevista e cubro com minhas imagens. O outro vídeo estava num tamanho muito menor por já ter sido usado na internet e além da entrevistadora aparecer sempre ao lado da fonte, tinha músicas diferentes das que eu usaria. Então descartei essas imagens.

Quando importei uma das entrevistas, outra surpresa, só tinha áudio também. Resolvi esperar o dia seguinte e pegar um arquivo que tinha exportado no trabalho. Não deu certo de novo. Baixei codecs e nada. Com o prazo apertado, resolvi que faria o vídeo com o que eu tinha. Então ao finalizar, nova surpresa, os áudios das entrevistas que já estavam com problema, pois não apareciam a imagem, não estavam mais funcionando, sem som. Importei novamente e agora só apareciam as imagens, sem áudio! Já amanhecia e eu tinha que estar no meio da manhã no museu para fazer a entrevista com o principal personagem do meu documentário. Depois ir para o trabalho e no final da jornada ter disposição para ficar até a hora que terminasse o vídeo, antes da meia-noite, de preferência.

Ufa! Tomei um laço da tecnologia com a qual trabalho diariamente. Temos muitas facilidades, mas também muitas dores de cabeça! É equipamento, conversores, programas, pen drive potente para carregar o material pra lá e pra cá ou baixar um mundão de programas em casa para converter tudo. Consegui editar sozinha, e foi bom para não enferrujar, mas incomodei muito meus colegas que trabalham com edição de vídeo, perguntando coisas a toda hora e cometi vários amadorismos que me fizeram perder tempo. Estou virando dinossauro da informática. Quando eu era mais jovem, como esses colegas, dominava bem várias ferramentas, algumas mais técnicas que a maioria dos jornalistas conhecia, até trabalhei dando suporte para uma redação onde trabalhei. Agora já não estou mais por dentro de toda a técnica do mundo multimídia.  Mas no final o resultado compensa. Claro que assistindo agora teria vários detalhezinhos para mudar. Ainda o farei. As fontes querem o vídeo para usar em sala de aula. Vou ampliar com o material que ficou de fora e distribuir.

Tenho certeza que essas madrugadas em claro valerão muito mais que minha nota final no curso do Knigth Center.

O vídeo vem no post seguinte.

2 Comentários

  1. […] 28 Agosto , 2008 in Cotidiano, Jornalismo São 3h37min e estou esperando exportar o vídeo que fiz como trabalho final do curso de Jornalismo 2.0 para então ser publicado. Não dormi nas últimas noites num embate para conseguir editar o vídeo. Produzir e editar foi relativamente fácil, no meio disso é que complica. A novela, ou melhor, minha saga, está descrita aqui. […]

  2. Parabens. Ficou muito informativo o video. Gostei bastante. Essa questao tecnica e um pouco chatinha. Mas o que importa tambem e que tem muito conteudo. 🙂


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